Cybersnake: Uma História de Superação e Robótica na Escola Pública de Sombrio
Em 2024, a equipe Cybersnake, formada por estudantes da Escola Jovem de Sombrio (SC), viveu uma experiência marcante no mundo da robótica. Liderados pela professora Lucimara, os alunos participaram de sua primeira competição com um robô de sucata, fruto de uma parceria com outra escola. O equipamento estava incompleto, obsoleto e repleto de desafios. Ainda assim, com criatividade, dedicação e o talento característico de jovens com altas habilidades, o time conseguiu fazê-lo funcionar.
A trajetória dos Cybersnake remete ao filme “Gigantes de Aço”, em que um robô aparentemente ultrapassado surpreende pela força da perseverança de quem acredita em seu potencial. Inspirado por essa metáfora, o professor João Paulo que também já se deparou com esse sonho de engenharia criar robôs, dedicou à causa, acompanhando de perto cada passo da equipe.
Primeiros Resultados e a Conquista da Medalha
Apesar das dificuldades, os estudantes não apenas participaram de sua estreia na competição, mas também conquistaram o prêmio de “Melhor Robô Montado”, trazendo para casa medalha na categoria designer na OBR24 e, sobretudo, a confiança de que estavam no caminho certo. Esse resultado alimentou o sonho de retornar ainda mais fortes no ano seguinte, em 2025.
A Luta Fora das Pistas
O ano de preparação, entretanto, não foi fácil. Sem recursos próprios, os alunos e os professores Lucimara, Eloir e Sainora passaram meses arrecadando fundos: venderam rifas, buscaram patrocínios e contaram com o apoio da escola. Alguns patrocinadores não cumpriram totalmente o que prometeram, mas isso não desanimou a equipe.
Graças ao esforço coletivo, foi possível adquirir um kit Lego Educativo de Robótica, peça fundamental para evoluir no projeto. O desafio, porém, não parou aí: faltando apenas duas semanas para a competição, o material chegou. Os estudantes passaram as férias de julho na escola, trabalhando intensamente, improvisando pistas de testes com os recursos disponíveis e dedicando cada minuto ao sonho de competir.
O Grande Dia
Na véspera do torneio, já no hotel, a equipe passou horas testando e ajustando a programação. Fitas coladas no chão serviram de pista improvisada, revelando que ainda havia falhas. Faltava tempo para corrigir tudo, mas não faltava coragem para tentar.
Durante a competição oficial, o robô funcionou em alguns momentos, mas não completou todo o percurso exigido. Apesar das tentativas de ajustes, o resultado não veio como esperado: a equipe terminou em 19º lugar.
Muito Além do Pódio
Embora não tenham alcançado as primeiras colocações dessa vez, os Cybersnake mostraram algo ainda mais valioso: resiliência. Lutaram contra equipes com investimentos muito maiores e, mesmo assim, deixaram sua marca. O código, fruto de muito estudo e dedicação, era sólido. O que faltou foi tempo, estrutura e mais apoio para transformar conhecimento em resultado competitivo.
Mais do que números, a jornada ensinou que a robótica vai além da programação: envolve cooperação, criatividade, disciplina e persistência.
Agradecimentos e Olhar para o Futuro
A equipe agradece aos familiares e patrocinadores que apoiaram essa caminhada e reforça o convite para que mais parceiros se unam à causa em 2026. O objetivo é claro: continuar crescendo, superar os obstáculos e mostrar que, mesmo com poucos recursos, quando há dedicação e sonho, é possível competir de igual para igual com os gigantes.
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